Se Acaso Você Chegasse Década de Oitenta
- Leopoldo Paulino

- 18 de dez. de 2024
- 2 min de leitura

Eu estava em Porto Alegre participando do Forum Social Mundial, evento muito importante para a luta dos povos do Terceiro Mundo.
O acontecimento foi grandioso e durante a realização do Fórum os debates foram acalorados e havia diversas bancas com exposição de livros, revistas, além de cartazes e outros produtos que provocaram o interesse dos participantes.
No primeiro dia deu-se a abertura do Forum e, findos os trabalhos, eu e alguns companheiros decidimos sair à noite e procurar por algum bar onde se tocasse e cantasse MPB.
Alguns camaradas nos sugeriram o bar “Se acaso você chegasse”, localizado na Avenida Venâncio Aires e nos garantiram ser o lugar ideal para nossos interesses musicais.
No hotel, depois do banho revigorante, desci à recepção e encontrei o grupo de amigos que me acompanhariam na noitada.
Chamamos dois taxis e indicamos aos motoristas o local e o endereço para onde iríamos.
Ao chegarmos ao bar, fiquei encantado. Mais que um bar, o local era um templo da MPB e de homenagem ao grande gaúcho Lupicínio Rodrigues, músico de grande expressão no Brasil.
A homenagem começava pelo nome do estabelecimento, “Se Acaso Você Chegasse”, título de uma das canções do inesquecível Lupicínio.
Quando sentamos às mesas indicadas pelo atencioso garçom, veio nos saudar o proprietário da casa, Lupicínio Rodrigues Filho, a quem cumprimentamos e para quem tecemos merecidas homenagens ao bar e a seu patrono.
Enquanto a música rolava, íamos observando fotos de Lupicínio e inclusive seu violão colado à parede.
Em nossas mesas, o vinho nos alegrava mais ainda, complementando o local, a música e a história de Lupicínio.
Em certo momento, uma companheira de nossa pequena caravana, pediu que eu tocasse alguma música, sendo aplaudido pelos demais companheiros que estavam conosco.
Relutei um pouco pela timidez e outro tanto por não haver ainda tomado a quantidade de vinho que me desse coragem suficiente.
A autora da idéia e outro companheiro me tomaram pelo braço e me levaram ao palco, onde pediram ao proprietário do bar que me permitisse tocar.
Alguns minutos depois, Lupicínio Rodrigues Filho me anunciou como atração.
Subi ao palco e de imediato um músico me emprestou o violão e, carregado de emoção, toquei e cantei “Felicidade” uma das lindas canções do mestre Lupicínio. Ribeirão Preto, 10 de maio de 2023.







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