Em 1983, João Gilberto Sampaio toma posse como prefeito de Ribeirão Preto.Sempre acompanhado de capangas, quase todos recrutados entre a marginalidade, o alcaide logo demonstrou seu estilo de administrar, com sua pequena tropa impondo o terror a seus adversários políticos.Assim, perpetraram agressões contra vendedores ambulantes que e o prefeito queria tirar do centro da cidade, bem como contra feirantes que não aceitavam a mudança compulsória de seu local de trabalho, como pretendia o chefe do executivo local.Ressalta-se que nesses dois episódios houve tenaz resistência por parte dos agredidos e como vereador participei na linha de frente das duas batalhas.Face a essas e outras arbitrariedades, o prefeito passou a receber algumas críticas moderadas nas pregações dominicais que um padre realizava na Igreja Católica de Guatapará, distrito de Ribeirão Preto situado a alguns quilômetros da cidade.Os “assessores” do prefeito não perderam tempo.Em um domingo, dirigiram-se ao distrito e na saída do culto espancaram o jovem e franzino sacerdote, provocando-lhe vários ferimentos e fraturando seu maxilar.No domingo seguinte, o arcebispo local, D. Romeu Alberti, realizou missa do desagravo ao padre agredido, à qual compareceram diversos padres de Ribeirão Preto e da região.O arcebispo enviou convite a várias autoridades, entre elas à Câmara Municipal e atendendo ao chamado, compareci ao culto, juntamente com o então vereador Wilson Toni.Em virtude de minhas convicções, não rezei, até porque não o faço desde os meus oito anos de idade, mas lá estive para prestar minha solidariedade ao padre, vítima da covarde agressão.Na terça-feira houve sessão na Câmara Municipal e proferi forte discurso denunciando fato e exigindo a punição dos responsáveis.Do microfone de apartes, o líder do prefeito me indagou:- Acho muito estranho que um ateu tenha ido à missa.Prontamente contestei:- E eu acho muito estranho que os edis católicos não tenham ido.
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