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Sopros de luto no peito

Em despedida da Gal Profana, corro a chorar no colo do meu guri Kim, que "respeita ainda mais a nossa risada".


Velando Boldrin, assumo que nenhuma manhã será melhor que aquela em que a viola falava "alto no meu peito humano". Choro.


Domingo de Sol na Alta Mogiana, eu vasculho fotos antigas para o presente de aniversário da tia Lourdes, a mais querida, ao som de Milton Bituca, que se prepara para apagar as luzes em último show, findando sua carreira.


Agora a pouco, ao piano Leopoldo dizia com Chico que "o outro dia" já está em construção.

Quero sorrir, mas Zé Ramalho me lembra de que a saudade mais cortante "dura feito diamante".


Falando em Zé, amigo querido, Zé Alfredo, combativo, coerente e aguerrido militante do PT, convida o Tempo de Resistência para o programa de TV Brasil da Esperança. Isso sim me devolve o riso.


Quando meu amado Leopoldo, meu eterno Comandante, me presenteou com um exemplar do livro "Minha Vida com Pablo Neruda", de Matilde Urrutia, além da dificuldade imensa de passar do primeiro capítulo, de tanto chorar na descrição do efeito do golpe militar de Pinochet na morte do poeta, me assomou a percepção de que a Ceifeira sempre vai interromper um poema, uma música, um livro, uma dança, essa é uma verdade da dura realidade.


Assim, meu coração remendado pelo Mauro Mourameuanalista, quase não aguenta, questiona e suporta mais e mais... Então viver é sempre essa luta de enganar o morrer?

Talvez.


Sei que amar e almar essas mãos dadas no trajeto traz afeto, de afetar com arte todo esse existir. Isso aquece o coração. Suspiro.


Rose Karla Paulino

 
 
 

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